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Uma pequena multidão nos esperava na casa enquanto a avó tomava conta da criança.
Temperatura, batimento cardíaco, oxigenação e peso. Depois começa-se um longo questionário sobre o que e quanto a criança tem comido, como tem tomado os remédios, muitas perguntas e orientações sobre o caso específico da criança, até que finalmente marcam a próxima consulta ou visita. Esta era a rotina básica dos profissionais com a qual já estávamos acostumados agora.
Quando já estávamos de saída, a mãe da criança, alertada sobre a nossa presença na sua casa, apareceu do nada e esbaforida.
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Testemunhamos então uma outra tarefa realizada pela equipe do Cuidado Paliativo. A mãe da criança, que parecia ter menos que 20 anos, não sabia dizer sua idade correta nem sabia ler. Ela ficou completamente confusa quando Angelita conversou com ela sobre planejamento familiar.
Barreiras culturais estavam tão evidentes quanto a necessidade de cruzá-las para conseguir fazer um bom trabalho com os indígenas.
Tive então a oportunidade de conversar com a psicóloga Marlene sobre as diferenças culturais que encontramos tão frequentemente e como isto afetava o trabalho delas. Como aquilo se relacionava com cuidado paliativo em si? Como sutil tinha que ser a mensagem delas para manter a eficácia sem causar antagonismos? Não era este detalhe essencial para permitir afinal que ajudassem os pacientes e suas famílias?
Percebi que o grupo te que trabalhar junto e esforça-se para construir com as famílias uma relação de confiança, mas não apenas com a família e o paciente, mas com toda a comunidade deles.
Mauricio, que parecia ser uma pessoa influente na comunidade, entendeu bem a importância e o resultado do trabalho daqueles profissionais. Ele se encarregaria de espalhar este fato pela comunidade, assegurando que as crianças continuem tendo acesso ao cuidado de tanto precisam.
Beijos,
Mariana
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