Saturday, April 5, 2014

Quarto Dia!

    Nós acordamos cedo para ir para as áreas indígenas próximas à divisa com o Panamá e visitar os pacientes do Cuidado Paliativo por lá.  Nós pegamos a Carretera Panamericana por três horas e meia e depois entramos por uma estrada de terra que só era adequada para carros 4x4.

     Até perdemos a conta do tanto de vezes que tivemos que parar em passagens mais difíceis da estrada (na verdade trilha descreve melhor o caminho) para estudar melhor uma estratégia de como passar por ali sem ficar preso.  Só depois de uma outra hora e meia de muito sacolejos é que começamos a ver os primeiros pueblos, a maioria com apenas umas poucas casas em cada.

     Em seguida a rotina se tornou familiar de novo: "Você conhece o senhor Santos? Sabe onde ele mora?" A enfermeira Angelina teve que fazer estas perguntar em praticamente todas visitas que fizemos, porque muitas famílias se mudam sem comunicar isto para eles.  Mas isto não impede que eles façam todos os esforços para assegurar que cada criança sob seus cuidados seja visitada de tempos em tempos.

    Estas perguntas, feitas a múltiplas pessoas, nos levou finalmente a uma casa de madeira onde os esperados abuelos e inúmeras crianças nos esperavam.

    O que foi completamente inesperado foi encontrar no colo da avó um bebê com uma aparência muito sadia mas com uma traqueostomia uma bolsa pediátrica de colostomia a seu lado.  Ele nasceu com má formações cardíacas, pulmonares e intestinais, mas estava se saindo surpreendentemente bem, especialmente nas condições daquela casa.  A gente já estava se acostumando a não ser surpreendidos mais com o tanto que as famílias conseguem ser com suas crianças em dificuldades e como este cuidado se reverte em melhores condições de vida pra eles.

     Todas as famílias que visitamos precisam caminhar por horas par comparecer a uma consulta médica, e tem que sair de cada muito cedo para isto. A ida das enfermeiras e doutores a eles realmente faz uma grande diferença e permite que os pais e avós reservem idas à cidade apenas para ocasiões especiais (como para procedimentos mais complicados) e ainda assim se sentirem amparadas..

    Bem, esta foi a primeira visita do dia, mas a gente ainda tinha uma agenda a cumprir naquele dia!

Beijos, 

Mariana

Uma visão já comum para comunidade indígena!

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